sábado, 23 de julho de 2016

Corrigir os que Erram (Obras e Misericórdia)


A correção, a que podemos chamar de fraterna, porque quando feita só pode ser sentindo-se que há uma verdadeira comunhão de vida, comunhão de  irmãos, pressupõe que se vê no outro, naquele que corrige, alguém que quer apenas, e só, o nosso bem.
Para que possamos tomar consciência das nossas
falhas, daquilo que é preciso mudar ou transformar, precisamos "ouvir das boas", o outro pode ter que ser muito duro conosco, ao ponto de exigir, mesmo de ameaçar com alguma punição. Claro está que para ninguém é agradável uma chamada de atenção, nem sequer para quem a faz, mas quando feito com amor, na base do querer realmente o bem do outro, ainda que no momento se seja duro, é preciso perceber que a verdadeira razão, aquela que nos vai mostrar o quanto estávamos errados, chega só mais tarde. Aquilo que tomámos tantas vezes como demasiado severo torna-se "doce" quando percebemos a alegria, a vida que realmente nos trouxe.
Acontece assim de um pai para um filho, por vezes é precisa quase uma vida para se perceber que "o meu pai tinha razão".
Acontece assim com Deus. Quantas vezes pensamos que Deus está lá distante no infinito caminho do céu azul! Quantas vezes  vemos nas adversidades da vida, nos momentos de dor, a ausência ou mesmo o castigo de Deus, quando deveríamos entender que é também nesses momentos que Deus nos está a dirigir uma palavra muito direta, aproveitando as situações da vida para nos falar! Quantas vezes banalizamos a palavra de Deus porque por ser muito exigente procuramos atirar para um contexto e as gentes de há 2000 mil anos, quando ela é tão real, tão verdadeira, tão atual e tão diretamente dirigida a cada um de nós!...
Como Deus por vezes é "tão duro", tão exigente conosco por uma única razão: porque nos ama infinitamente e sofre tristeza profunda por nos ver percorrer caminhos de morte, de condenação! Como é tão fácil recusar a exigência de Deus e acolher levianamente as propostas do mal...! O aperto da vida faz-nos crescer, a  facilidade da vida torna-nos gordos de nós mesmos e impede-nos de caminhar!

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