terça-feira, 8 de março de 2016

Misericórdia que faz Renascer

Deus fala-nos, no Evangelho do IV Domingo da Quaresma (Ano C), de quão grande é a Misericórdia. Ainda que as Palavras sejam sempre uma forma frágil e incapaz de apresentar Deus, porque Deus vive-se, e não há palavras que abarquem aquilo que "É", podemos ver,  neste texto, como sem qualquer condição o Pai Misericordioso, imagem de Deus, acolhe o filho "mais novo", que esbanjou metade dos seus bens.
Ao regressar a casa, foi-lhe restituída toda a dignidade perdida, de pessoa 
e de filho, foi-lhe dado tudo, simbolizado na túnica (a melhor que havia) e nas sandálias (que faziam com que não andasse descalço, em contacto direto com a terra, como se terra fosse). Já o anel no dedo, é ainda mais que tudo o resto, é o dizer que tudo lhe pertence, é dar-lhe o poder de, querendo,
esbanjar tudo o que havia. Recuperada a dignidade de filho, faz-se festa, matando o vitelo mais gordo.
O "filho mais velho", que, humanamente, tinha toda a razão para recusar entrar na festa, por se sentir injustiçado, recebe do pai uma resposta que o deixa vencido e sem palavras. Queixou-se de que o pai nunca lhe dera um cabrito para uma festa com os amigos, ele que nunca tinha transgredido uma ordem do sua.. O pai diz-lhe "tudo o que é meu é teu", a dizer-lhe: nunca precisaste, não mataste porque não quiseste, tudo é teu, para fazeres o que quiseres. Talvez nem tenhas amigos, porque te julgar superior, porque és o melhor, porque não transgrides. No fundo, és um infeliz que não aproveitas os dons, o que tens, que não sabes a capacidade de perdoar e de ser perdoado.
Muito iguais aos "filho mais velho", uns tristes, sem entender o quanto o pai (Deus) ama, é cada suposto cristão que tem a ousadia de dizer "não tenho pecados", seja "nunca transgredi uma ordem tua". Melhor que estes? Só Deus, mas, pelo jeito, não muito. 
Sentir a misericórdia reconciliando-se consigo mesmos, com a comunida
de e com Deus.

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